// Sem Vintém (1976)


Estreia | 19 de Fevereiro na Terrugem

Texto | Cândido Ferreira em resultado de improvisações

Criação colectiva coordenada por | Cândido Ferreira e Carlos Santos

Com | Cândido Ferreira e Carlos Santos



O Sem Vintém tinha trabalhado e trabalhado, tinha sofrido e amado, era alegre mas no fim da vida esteve muito abandonado.
Não tinha uma casa, não tinha um casaco, não tinha comida, não tinha um centavo.
Então pedia, pedia, uns davam, outros não. Outros respondiam mal.
-Tenha paciência não tenho um tostão.
E o pescador amigo, ensinou-o a pescar. Mal adivinhavam que isso ia dar azar.


(sinopse do espectáculo)


Abade: Quem é?
Sem Vintém: É o sem vintém. É o abade?
Abade: O que é meu filho?
Sem Vintém: Eu gostava de saber porque é que uns têm tanto e outros tão pouco ou nada, como eu
Abade: Não te metas nisso! Sempre houve pobres e ricos. É preciso paciência e muito sacrifício.
Sem Vintém: Pois eu sacrifiquei-me uma vida inteira.
Abade: Podes ser mais feliz que muitos ricos, tens é de ter paz na alma.
Sem Vintém: Na alma não sei o que tenho. Mas na barriga tenho fome.
Abade: Toma lá esta sopinha e não te esqueças de trazer a tigela.