// Olhos de Gigante
"Não tenhas medo de estares a ver a tua cabeça a ir directamente para a loucura, não tenhas medo! Deixa-a ir até à loucura! Ajuda-a a ir até à loucura. Vai tu também, pessoalmente, com a tua cabeça até à loucura!”.
Enquanto alguns só vêm aquilo que está mais perto, ocupados com os afazeres de cada dia, outros sonham com as paisagens e as quimeras mais longínquas, sem conseguirem distinguir os contornos que os rodeiam. Uns não sabem sonhar senão a vida, outros não sabem viver senão o sonho. Mas como se mantém então o mundo a funcionar? E que mundo é o nosso, que vivido ou sonhado, esconde sempre um outro lado?
Queremos partir para o desconhecido, sabendo que é preciso parar para partir, mesmo que se parta sem sair do lugar. Sabendo que se lá chegarmos não poderemos mais perguntar à nossa sombra: de quem foges tu? Sabendo que algo terá de desaparecer quando a luz se apagar. Acreditando que alguma coisa finalmente aparecerá quando a escuridão se acender.
a partir de almada negreiros
dramaturgia e encenação joão brites e miguel jesus
cenografia rui francisco
música jorge salgueiro
música gravada por gil gonçalves (tuba)
oralidade teresa lima
figurinos clara bento e fátima santos
com ana brandão e raul atalaia
criação teatro o bando
co-produção teatro nacional d. maria ii