// Carcaças (1988)


Estreia | 25 de Novembro no Teatro Comuna
Texto | Inéditos de Eduarda Dionísio (Portugal)

Dramaturgia, encenação e cenografia | João Brites
Música | Luis Pedro Faro
Orientação de prática instrumental | Luis Macedo

Com | Antónia Terrinha, Eduarda Dionísio, Horácio Manuel, Luis Macedo, Maria Emília Correia, Pompeu José e Tiza Gonçalves

Pedro, bezerro, beleza de leite e laranja, andarilho, casa com as três filhas de um rei, toca requinta, tem pai guerreiro e avô lavrador, ameaça desgraçar o ‘rêno’, muito apoquenta a mãe, e ‘mata quem vê de desagrado do mundo em que vive’. Por sem lado, Inês, donzela que foi com seus feitiços e sorriso, habilidosa em saxe-tenor ‘perdida de mancebia’ amanha-se bem com o seu bezerrinho que a leva para os Paços de Santa Clara. É o ‘tempo da flor’ do Justiceiro, seus olhos, seu bafo, seu pelo. O riso maior é a ela que o deita.

(sinopse do espectáculo)



Mãe: Senhor, Nosso Senhor do Céu! Dai-me um filho! Dai-me um filho! Dai-me um filho!
Pai: Tanto eu peço para Nosso Senhor dar-me um príncipe e não há maneira!
Mãe: Ai, marido/que desgosto tenho eu de não ter um filho. Nem que fosse um bezerro!
Pai: Oh mulher…
Mãe: Pedi a Nosso Senhor do céu para me dar um filho, nem que fosse um bezerro.
Pai: Oh mulher tu pediste uma coisa dessas?
Mãe: Pedi.
Pai: E se nascer um bezerro em nossa casa não é um escândalo? 
Mãe: Não é escândalo nenhum. É a minha vontade.
Pai: Pronto.