// Os Cágados (1985)


Estreia | 18 de Maio no Teatro Comuna
Texto | Conto de Almada Negreiros (Portugal séc. XX)

Dramaturgia, encenação e cenografia | João Brites
Assistência do espaço cénico | Isabel Carretas

Com | Antónia Terrinha, Cândido Ferreira, Jorge Laurentino, Paula Só, Paulo Eloy


Certo dia, um homem encontrou um cágado. Era a primeira vez que via tal coisa e por isso pensou que já tinha novidades para contar ao jantar. 
Mas… e se não acreditarem? Voltou para trás para apanhar o cágado, e deste modo, ter uma prova do que afirma. Não achou o tão original animal, pois, este tinha-se enfiado no primeiro buraco que encontrou. Mas o homem, que era muito senhor da sua vontade resolveu ir atrás do bicho. Pegou numa pá e cavou um grande buraco. Descobriu que estava no outro lado do planeta, num país estranho. Estupefacto e com saudades deseja voltar à sua terra, à sua família. Meteu-se de novo no buraco e regressou à sua cidade. Mas esta está submersa debaixo da terra que ele tirara do buraco. 
O homem pegou na pá novamente e atirou toda aquela terra para dentro do buraco, a fim de encontrar a sua casa. Ao tirar a última pazada encontra o cágado!

(sinopse do espectáculo)


Macho: Ando às vezes sozinho pelas estradas a passear…/ Oh! Vi… aqui no meio da estrada um animal que parece não vir a propósito… Um cágado./ Eu… Homem muito senhor da minha vontade, nunca tinha visto um cágado; Contudo, agora estou a acreditar. Acerco-me mais e vejo, com os olhos da cara que isto é, na verdade, o tal cágado da zoologia. / O homem que é muito senhor da sua vontade fica radiante./ Já tenho novidades para contar ao jantar, e deito a correr para casa./ A meio caminho penso que a família é capaz de não aceitar a novidade por não trazer o cágado comigo./ e paro de repente./ Como sou muito senhor da minha vontade, não posso suportar que a família imagine que isto do cágado é história minha,/ e volto atrás.